domingo, 1 de abril de 2012

Participação da equipa (Sintra)

Representação da equipa a cargo de:
David Gonçalves (Lebre), João Guerra (Joneuore) e João Valério (Tufo).

Apoios: Organização 1.ª Maratona de Sintra BTT, O Praticante, D'Maker.

O nosso grupo de 4 optou por levar 1 só viatura para dividir as despesas e mais facilmente arranjar estacionamento, mas lugares vagos haviam muitos, pelo menos quando chegámos, perto das 07H40 (50 minutos antes da partida). Tendo a Organização colocado à disposição dos participantes 2 locais distintos para estacionamentos, lavagem de bikes e banhos, optámos pelo mais afastado da vila (cerca de 700mt.), junto ao quartel dos bombeiros.

O nosso grupo de companheiros de viagem, da esquerda para a direita: Joneuore, Renato Valério (Fôjo-Zybex BTT Team), Lebre e Tufo. Já prontinhos para se deslocarem para a zona de partida, após a colocação (obrigatória) do chip no sapato e preparados psicologicamente para cumprir os anunciados 75km de trilhos escolhidos.

O Joneuore a fazer o aquecimento... Secretariado não existia, pois os kits já haviam sido entregues nos 2 dias anteriores ao evento (em exclusivo) na loja Movefree do Fórum Sintra, que obrigou a deslocações adicionais aos inscritos (ou através de conhecidos). O kit, relativamente ao custo da inscrição base (s/ almoço = 20€ ou c/ almoço = 27€) achámos pouco composto, tendo somente 1 bidon e informativos.

Já na zona de partida, encaminhámos-nos para o 1.º dos 4 blocos de partida, o "A", de onde saíam todos os nossos elementos, blocos esses compostos por 250 participantes cada. Esta saída logo do 1.º bloco dar-nos-ía alguma vantagem, pois a confusão seria menor e teríamos 5 minutos de avanço sobre cada bloco seguinte, antes que os mais rápidos nos começassem a apanhar.

A zona de partida, situada mesmo ao lado da Junta de Freguesia de S. Pedro de Penaferrim, teve um speaker de serviço que conseguiu animar e acalmar um pouco a tensão dos atletas. Dentro da hora prevista, 08H30, foi então dada a partida para o 1.º bloco de 250 participantes.

O Joneuore tentou desde logo soltar-se dos restantes elementos da equipa, tarefa nada fácil, pois os primeiros 7km rolaram essencialmente no interior da vila de Sintra, onde desde logo começaram as dificuldades... 


... o primeiro obstáculo a ultrapassar foi subir a interminável rampa da Pena, que apesar de ser asfaltada, deu logo para pôr os bofes de fora e largar as primeiras gotas de suor. Começámos desde logo a contabilizar para atingir os mais de 2.200 metros de acumulado de subidas.

Foi com relativa facilidade que o Lebre alcançou, ultrapassou e logo se distanciou do até então líder da equipa Joneuore.

Joneuore tentava manter o 2.º posto na equipa, mas a distância para Tufo resumia-se a escassas dezenas de metros.

Com o Joneuore à vista, o Tufo tentava colar-se, quando de repente começaram a cair alguns choviscos que de momento não criavam dificuldades, antes pelo contrário, ajudavam a arrefecer o motor...

... mas os azares começaram quando se atingiu o topo da rampa, começando-se então a descer primeiro em asfalto e depois em calçada, que apresentando-se molhada parecia manteiga, impondo-se extremo cuidado ao circular em pelotão, doseando a velocidade com recurso moderado aos travões. O intenso cheiro a ferôdo invadia agora o ar e os menos cuidadosos impunham velocidades impróprias, levando a que se viessem a verificar desde logo muitas quedas, que por vezes levavam a que já no chão durante as quedas varressem outros bikers, provocando não só ferimentos como também danos nas bikes.

No final da descida e novamente de regresso ao centro urbano de Sintra, passagem pelo local onde viria a estar colocada a meta, com bastante público numa zona de pequenas escadarias e ainda a toque de chuviscos.


As posições dos nossos elementos mantinham-se. Agora voltaríamos a subir, mantendo-se o piso em calçada,  que quase não oferecia aderência devido ao piso molhado. Continuavam as quedas, ou porque fugia a roda da frente ou porque patinava a roda traseira. Muitos optaram por subir a pé.

Foi com alegria que vimos finalmente a transição para piso de terra, que veio permitir o aumento de velocidade. Novamente descidas, rápidas mas largas, onde a dificuldade agora eram as enormes poças de água que ocupavam toda a largura da estrada. A passagem era instintiva, por águas lamacentas escondendo surpresas, tentando-se evitar passar por zonas mais profundas minimizando os riscos de queda, sempre com o risco das rodas embaterem em algo escondido e ao mesmo tempo evitar cruzar as trajetórias de bêtetistas mais rápidos.

Os quilómetros seguintes, já sem chuva, foram vividos intensamente pela beleza das paisagens e requinte dos trilhos, sem grandes dificuldades de progressão, tendo-se formado pequenos grupos. Em grande plano o amigo Jon Lord.

Joneuore havia conseguido cimentar a 2.ª posição da Zona 55 e geria o esforço. As marcações eram exemplares e não davam grande espaço para que se cometessem erros. Eram audíveis regularmente sirenes de ambulâncias em movimento, perante diversos pedidos de assistência e socorro.

Tufo, que entretanto e por falta de atenção se enganara no percurso, levando consigo um grupo de cerca de 15, numa bifurcação pouco sinalizada, tentava voltar a ver o Joneuore.

O constante sobe e desce do percurso ia a pouco e pouco tirando a vitalidade inicial aos participantes. Muitos eram os elementos do staff que se iam encontrando ao longo dos trilhos demonstrando grande profissionalismo, onde de quando em vez a terra dava lugar a pequenas tiradas em asfalto.

O Tufo novamente a ter azar, ao encontrar no 2.º PC um pequeno pelotão parado, onde um único elemento da Organização se debatia para voltar a colocar em funcionamento um agrafador avariado, voltando a perder mais alguns minutos para o Joneuore.

Também o Lebre teve azar, ao não se aperceber da divisão dos percursos, que se encontravam colocados numa zona rápida, conforme se poderá ver no nosso vídeo, virando para o percurso da Meia Maratona. Este engano nunca por ele detetado, viria a custar-lhe a respetiva desclassificação.

Tufo, só por sorte se encaminhou para o percurso certo, mas mesmo assim, o Jonuore não dava abébias, apesar de a partir do km50 ambos terem definitivamente "partido o motor".

Última ZA da Maratona e ainda faltavam quase 20km. O azar voltou a tocar à porta do Tufo, que desta vez teve uma pequena trilhadela no pneu traseiro. O corte não era grande o suficiente para o impedir de continuar, mas era-o para que o líquido anti furo não o conseguisse vedar por completo, obrigando a algumas paragens para reenchimento.

Apesar do ritmo do Joneuore ser agora bastante mais baixo, tal não o fazia perder muitas posições na geral, pois do mesmo mal se queixava a maioria dos restantes participantes, parecendo que estavam todos em slow motion.

Antes de atingirmos a meta, ainda um último "boss". Uma infindável subida de diversos kms de extensão até se atingir novamente a descida em calçada que dava acesso rápido ao final do percurso.

Foi com grande espanto que o Lebre tão rapidamente se viu chegar ao arco de meta, compreendendo então que havia em lugar atrás se encaminhado para o track errado, só não percebera onde.

Com tempo de sobra até que chegassem os restantes elementos da Zona 55, foi sem pressas que o Lebre tomou o seu banho (local apropriado) e lavou a sua bicicleta (pouca pressão), nos locais destinados a esse efeito, passando depois à função de fotógrafo.

O speaker a entrevistar o 1.º classificado da Maratona.

Vítor Gamito, que havia chegado a liderar a prova com mais de 10 minutos de avanço, foi obrigado a desistir por haver trilhado um dos pneus, segundo apurámos.

Finalmente a chegada do Joneuore, que surpreendentemente para ele... e ao contrário das previsões iniciais de todos nós, cruzava a meta em 1.º lugar entre os representantes da Zona 55.

A recolha do chip de controlo individual por parte do staff.

Joneuore a mostrar a medalha de participação ganha à chegada.

Dois amigos do BTT ERRA.

10 minutos depois do Joneuore, chegava o Renato, nosso acompanhante, também com "motor partido".

Foram precisos mais de 22 minutos, após a chegada do Joneuore, para se ver no horizonte o Tufo.

Ficou assim um travo na boca ao Tufo e Lebre, por não haverem conseguido dar mais luta ao Joneure, que desta vez saiu a rir de vitorioso.

Ainda com as pernas a latejar, os nossos heróis a fazerem uma pose de medalhados.

As vencedoras femininas da Maratona, que deixaram para trás muitas dezenas de meninos.

Já na lavagem da gingas, mas infelizmente a pressão era pouca.

A seguir o desejado banho dos ciclistas.

O local para o almoço, de entre os 2 possíveis, optámos pelo Restaurante Taverna do Trovador, onde fomos muito bem acolhidos e servidos, com grande simpatia dos seus colaboradores.

Um brinde final por havermos conseguido chegar até à meta sem azares de maior monta, que é o que interessa afinal, valendo a aventura e confraternização. Seguir-se-à uma nova batalha entre nós 4 num qualquer outro evento que o destino nos volte a juntar.




Vídeo resumo do evento.

Percurso 1.ª Maratona de Sintra BTT (75km)

Gráfico Altimétrico 75km
Percurso 1.ª Meia Maratona de Sintra BTT (35km)

Gráfico Altimétrico 35km
Classificações Parciais Maratona:
001.º - 03H32'11" - Tiago Silva (individual)
002.º - 03H36'12" - Pedro Reto (Bicisintra/Biciaventura)
003.º - 03H37'20" - João Marinho (individual)
068.º - 05H00'31" - João Guerra (Zona 55/O Praticante)
117.º - 05H22'37" - João Valério (Zona 55/O Praticante)
248.º - 08H23'04" - Último

Classificações Parciais Meia Maratona:
001.º - 01H46'12" - David Maltez (individual)
002.º - 01H46'57" - Ricardo Jacinto (Javalizes)
003.º - 01H49'56" - Gonçalo Rodrigues (individual)
564.º - 07H09'27"- Último
DSC - 02H04'38" - David Gonçalves (Zona 55/O Praticante) - Ficaria em 24.º

Créditos à reportagem:
Textos: João Valério
Fotos: Zona 55, Sport Shooters
Vídeo: Zona 55 Outdoor Films
Tracks: Dinis Cabrita