domingo, 9 de novembro de 2014

Participação da equipa (Beselga)

Representação a cargo de:
45km - João Valério

Pela 2.ª vez tive a oportunidade de poder participar neste excelente evento, que apesar da distância de quase 300km vale sempre a pena, mais não seja pelas paisagens e pela hospitalidade destas gentes. Este ano, o enorme terreno localizado atrás do edifício da sede da Associação Beselguense, foi preparado para servir de parque de estacionamento, que veio dar uma grande ajuda.

Fui na companhia da Sofia Lopes e José Gouveia, cuja hospitalidade não poderia ser melhor, neste fim de semana prolongado com passagem e estadia por Lamego, onde aproveitámos para passear e conhecer alguns dos locais mais interessantes da região.

Saímos de Lamego pelas 07H10 em direção à Beselga (Penedono), realizando "apenas" 60km de carro. Depois de estacionarmos levantámos os dorsais no secretariado referente à Maratona (65km), onde nos inscrevemos, cuja distância tinha à partida 183 participantes, mas que ali nem sequer apanhámos fila.  

As diversas distâncias/provas estiveram separadas por boxes. Sendo que primeiro, pelas 09H15, partimos os participantes na Maratona (60km), depois a Meia Maratona (45km) e finalmente a Mini Maratona (20km). Após isso a partida para o grupo da caminhada. Tudo muitíssimo bem organizado e com um animado speaker sempre a debitar informações importantes e a incentivar os convivas.

As estreitas ruas da pequena aldeia de Beselga, com cerca de 200 moradores, teve mais uma vez um evento de btt cujos participantes quadriplicaram o número de habitantes. Incrível, só vindo até cá!

Todos os beselguenses, de uma forma ou de outra, ajudam a pôr de pé esta enorme festa do btt. Muita animação, com participantes e seus acompanhantes a provocarem logo desde muito cedo um burburinho pelas ruas da localidade. A temperatura rondava os 2ºC. Algum nevoeiro mas muita agitação em redor, pois queríamos partir depressa para aquecer as pernas.

No dia anterior combinei com o José Gouveia realizar todo o percurso na companhia dele, uma vez que fomos juntos no mesmo carro e regressaríamos juntos, por forma a puxarmos um pelo outro, se bem que durante toda a semana não treinei, apenas corri 12km, enquanto que o José fez além de 300km, o que à partida lhe dava toda a vantagem.

Finalmente partimos. Como a minha Jorbi estava no estaleiro, tive de me socorrer da Cube 650b, 3kg mais gorda que a carbónica e de suspensão total, que me iria exigir outro tipo de condução e mais fulgor nas pernas.

Nos primeiros quilómetros confirmei a minha baixa de forma e a pouca atenção que tenho dado à Cube. Com muito esforço fui mantendo um ritmo aceitável. As paisagens estavam espantosas. 

Muitos single tracks nos esperavam, mais do que na minha última participação há 2 anos atrás, começando a Organização desde quase início a surpreender-nos com uma excelente escolha de bons trilhos.

O amigo e fotógrafo de eventos outdoor, Paulo Ministro, não faltou a este bonito evento e tirou-me uma foto que considero a mais incrível que me tiraram desde que faço btt, pelo enquadramento e beleza da paisagem retratada.

Apesar da imensa chuva caída no sábado, o dia manteve-se seco, por vezes até com sol, o que foi uma sorte para nós, pois tivemos muita passagem sobre zonas empedradas que com a queda de chuva teriam sido bem mais difíceis.

Desde cedo comecei a ter problemas com a bike. Foi o 2.º domingo e prova seguidas, mesmo com bicicletas diferentes... começam as chuvas, começam as reparações! Desta vez foram os encaixes do cabo do desviador traseiro que não paravam de saltar, levando a que ficasse sem mudanças algumas vezes e perdesse bastantes minutos nas reparações.

O relógio não parava e por isso mesmo, estava a ser ultrapassado constantemente devido às avarias que ia tendo, à falta de fulgor físico e ao peso acrescido a que não estou habituado desta bike.

O José Gouveia estava bem melhor fisicamente e para cumprir com o nosso acordo, teve de parar diversas vezes à minha espera para seguirmos juntos. Apesar das dificuldades, não havia motivo para não me divertir.

O percurso foi bastante rolante, apesar do terreno me parecer puxar as rodas da bicicleta para baixo, como se de um íman se tratasse, devido à terra estar bastante fofa das recentes chuvas e também pela enorme quantidades de folhas secas.

O José Gouveia voluntariou-se para me auxiliar na recolha de imagens de vídeo, levando com ele uma das minhas GoPro, montada no espigão do selim, apontada para trás. Como foi a sua estreia na qualidade de cameraman, teve diversas complicações pois trabalhar a GoPro na parte traseira e passar o tempo a limpar a lente de tanta lama não foi tarefa fácil.

A fome já apertava e desesperava por uma zona de abastecimento, metendo um e outro gel cá para dentro. Apesar de ainda só havermos percorrido uns 11km as dificuldades estavam a começar para a primeira longa e imponente subida do percurso.

De quando em vez uma breve ligação em asfalto por vias onde quase não se viam carros.

Após atravessarmos uma pequena ribeira, rolámos por algumas centenas de metros junto a uma barragem com paisagem arrebatadora.

Mais uns metros e chegaríamos à 1.ª ZA, comum a todos os percursos/distâncias.

Muitos aproveitaram para fazer diversas paragens ao longo do caminho, para apreciarem as belezas da região.

Esta ZA esteve muito bem composta e localizada ao km18, com diversos alimentos e líquidos à escolha dos atletas.

Ao longo do percurso as marcações estiveram impecáveis, com fitas azuis, tinta e pó no chão e também muitas placas, além de dezenas de elementos do staff espalhados pelo terreno.

Também encontrámos diversos fotógrafos. Enquanto participantes estiveram inúmeros atletas que transportavam cameras de filmar, tal como eu e o José Gouveia, pena é que após estes eventos só uma breve percentagem dessas filmagens acabam por ser publicadas.

Tal como recordava da minha última presença neste evento, mais uma vez me deparei com enormes tapetes de ouriços de castanheiros, a enfeitar muitas das paisagens que transpusemos.

Infelizmente e em conjunto, eu e o Gouveia tomámos a decisão de enveredar pela distância intermédia, a Meia Maratona, pois o tempo não perdoava e em quase 3 horas eu apenas percorrera 30km. Como por razões profissionais tinha de estar em Torres Novas às 18H30 e já eram 12H05, com os problemas mecânicos e físicos que estava a atravessar, era a escolha mais inteligente a fazer.


A 2.ª Zona de Abastecimento esteve igualmente bastante composta e situada num lugar também bastante bonito, à semelhança da 1.ª ZA. O José Gouveia já me aguardava pois novamente fiquei para trás, desta vez a captar algumas imagens para o vídeo de rescaldo.


Tal como em 2011 e 2012, novamente acordámos uma parceria com esta Organização, a nível de divulgação deste evento, fornecendo revistas O Praticante para serem distribuídas entre os participantes, captando imagens e após o evento, será a vez da publicação de um artigo escrito.


Na zona de bifurcação entre Maratona e Meia Maratona. A partir daqui a nossa decisão seria efetiva e sem hipótese de recuo, pois seríamos desclassificados conforme previsto no regulamento, por alteração à distância escolhida aquando a inscrição na prova.

A aproximação de regresso à Beselga decorreu bem rápida. Os últimos 15km foram bastante rápidos, pois o terreno não apresentava muitas dificuldades físicas. A cerca de 5km do final, os percursos voltaram a unir-se.

Na chegada à meta muita animação e público. No controlo final fizemos tenção de informar de que realizáramos a Meia Maratona e não a Maratona, conforme informava o nosso dorsal com cor diferente. A Sofia já havia também terminado a caminhada! 


Para nos despacharmos mais depressa, optámos por não lavar as bicicletas, pois a fila era um pouco extensa, encaminhando-nos logo para os banhos, onde aí sim, estava muita gente. Infelizmente ocorreu uma avaria que afetou os diversos esquentadores, o que impediu por um prazo de cerca de 1 hora, que houvesse água quente, afetando-nos também a nós, que com muita coragem lá tomámos banho com água a temperaturas a roçar os 0ºC, que até as palmas das mãos me ficaram roxas.

Nós junto ao pódio, onde se vieram a premiar os vencedores do Campeonato Nacional de Maratonas BTT de Paraciclismo, cuja esta prova foi a última a pontuar para esse campeonato.

O almoço foi uma vez mais um dos bons atributos deste evento. No exterior do espaço destinado ao almoço, composto de sopa. arroz de feijão, febras e entremeadas grelhadas, sobremesa, estiveram também à disposição dos convivas diversas mesas compostas de presunto da região, rissóis, feijoada, bebidas diversas, enfim, um verdadeiro banquete! Muitos parabéns a todos quantos levaram avante mais este excelente evento e, para quem nunca esteve presente, não deixem de experimentar... não esqueçam de ver o nosso vídeo. Cumprimentos a todos. 

Track Meia Maratona "Nos Trilhos do Ceireiro"

ÁLBUNS FOTOGRÁFICOS



CLASSIFICAÇÕES GERAIS
001.º - 02:12:06 - João Soares (Termas Hoquei Clube/Forlife)
002.º - 02:15:36 - João Pedro (Bice Bike Team)
003.º - 02:15:37 - João Miguel (28/Fight Against Cancer/Livestrong)
163.º - 04:50:07 - Último
DSC - 03:45:40 - João Valério (Zona 55/O Praticante)

Créditos à reportagem
Texto: João Valério
Fotos: Organização, Paulo Ministro, Zona 55
Vídeo: Zona 55