sábado, 7 de maio de 2016

Participação da equipa (Vermoil)

Representação a cargo de:
66km - João Guerra e João Valério

Aí estive eu de regresso ao GPS Epic Series, para realizar a 4.ª Etapa, porém a minha 2.ª participação de 2016, cuja concentração foi em Vermoil e que nos iria levar a pedalar pela desafiante Serra do Sicó. Desta vez a Zona 55 esteve representada por 2 elementos: João Guerra e João Valério (eu). A recepção aos participantes foi no campo de futebol local, onde fomos recebidos com grande simpatia pela equipa organizadora, os BTT Tralhos.


Da esq.ª/dt.ª: João Guerra, João Valério, Nuno Lima, Marco Veríssimo, John Perpétuo.
Formámos desde logo um pequeno mas coeso grupo de atletas, que pedalou e se manteve unido até ao fim, no melhor e no pior!

Começámos pelas 8h45. O início foram 12km quase todos eles em asfalto até conseguirmos abandonar as zonas urbanas e nos fazermos definitivamente ao ataque ao Sicó. Desde muito cedo começámos por apanhar chuva, o que nos fez desde logo apontar como objetivo o percurso de 66km, ao invés do que havíamos pensado em realizar (110km) quando nos inscrevemos umas semanas antes.



 Passámos pelo interior de algumas aldeias típicas e muito bem arranjadinhas, cujo piso era sistematicamente em calçada. Uma vez que o formato das etapas GPS Epic Series


 À medida que íamos avançando cada vez mais ficávamos com a convicção de que a nossa opção em fazer o percurso de 66km era a mais adequada, pois o terreno estava bastante pesado e perigoso. Muita lama nas zonas de terra e muito escorregadio nas zonas de rocha.


Tivemos uma primeira abordagem à Serra em que subimos sempre durante uns 10km, onde muitas vezes tivemos de apear devido ao terreno estar demasiado escorregadio e não ter-mos a mínima tração para nos mantermos montados. 



 O nosso ritmo foi quase sempre baixo por forma a evitarmos acidentes que pudessem provocar ferimentos em nós ou danos irreparáveis nas bicicletas, colocando em risco a nossa continuação.


Após cerca de 5km a descer com cuidado extremo, em que o odor ao óleo dos travões já rompia por entre a brisa fresca e intensa da serra, enfiámos por um single track no meio de uma pequena floresta.


Single tracks foram o prato do dia durante quase toda a primeira parte deste nosso desafio. 


A utilização das pontes de madeira existentes, apesar de algumas delas possuírem rede sobre as tábuas, foi quase sempre apeados porque estavam demasiado escorregadias e a tentativa de as subir, a correr mal, daria mau resultado se não conseguíssemos desencaixar os pés dos pedais a tempo, os quais estavam já impregnados de lama acumulada anteriormente. 

Certas pontes, feitas em troncos eram puras armadilhas, como foi o caso desta em que apesar de curta tinha no final um cotovelo à direita e de frente uma rocha. 



 Finalmente saímos dos baixios para nos fazermos novamente a outra subida à serra. Lá ao cimo avistávamos de novo as grandes pás das enormes torres eólicas.


O terreno ia diversificando um pouco, assim como a paisagem. A chuva ora vinha, ora ia, com maior ou menor intensidade, mas a nossa força de vontade em continuar era grande e a excelente camaradagem e convívio entre os elementos do grupo eram da melhor possível.  




Por vezes juntávamos-nos e víamos outros grupos de participantes, mas a companhia nunca durava mais que meros minutos, pois os ritmos eram quase sempre distintos.




A aragem fria da montanha foi outro inimigo com quem travámos muitas lutas. Misturado com a água da chuva, o frio começava a deixar-nos mãos e pés congelados que muitos de nós deixámos mesmo de sentir nessas extensões do corpo.










 Mais uma vez o azar bateu à porta, desta vez ao John Perpétuo, que trilhou o pneu da frente numa zona bastante perigosa. A colocação de uma camera de ar resolveu o problema e, ao fim de 15 minutos lá seguimos, pois trabalhar com o material cheio de lama não é fácil. 




 Ao nosso lado o apelidado de Canhão do Vale dos Poios, famoso pelos seus entalhes naturais na rocha da bonita Serra do Sicó.



Encontrámos o primeiro abastecimento precisamente quando se abateu uma tremenda chuvada que até derreava as orelhas aos cães. Ali ao lado um elemento do staff lá se ia recolhendo numa paragem de autocarro e tirando as fotos possíveis. A oferta desta zona de abastecimento era menos em quantidade e mais em qualidade, onde tínhamos à disposição pastéis de nata, sumos e águas, fruta... 




 
Calhou-me a mim o segundo azar do grupo. A muita lama que foi cobrindo e envolvendo a transmissão fizeram com que a corrente partisse, empenando também o drop out que, por sorte, não partiu também. A partir daqui deixei de ter à disposição o carreto maior e perdemos uns bons 10 minutos a resolver o problema. Sorte o Marco Veríssimo trazer elos suplentes, mas afinal eram de 9v e todas as nossa biclas eram de 10v, seja como for resolveu o problema, pois o de 9v como é mais largo encaixou bem, já se fosse de 11v como é mais estreito não daria para resolver.



Mais uns quantos e duros quilómetros de luta e encontrámos nova zona de abastecimento. Uma pequena tenda onde o pessoal se podia abrigar um pouco para saborear os sempre deliciosos e bem vindos pastéis de nata. Este pessoal deve ter tido um patrocínio de uma pastelaria... só podia. Eh eh.



O regresso tornou-se um pouco demorado, pelo menos assim nos parecia, já que estava difícil abandonarmos de vez a zona de serra onde o piso estava péssimo, porém melhorava à medida que íamos descendo. A apenas 5m entrarmos nos 6km finais de asfalto/terra/asfalto, coube ao João Guerra o terceiro azar do grupo, pois veio a furar também, mas a roda traseira. A proximidade à meta levou o João Guerra a optar simplesmente por colocar espuma e encher o pneu traseiro, ao invés de colocar uma camera de ar, o que nos iria empatar mais tempo, mas esta opção veio a obrigar-nos a parar mais 3x até final para voltar a bombar para dentro do pneu, pois o rasgo era um pouco grande.


 Finalmente na meta nova foto do esplêndido grupo que tivemos oportunidade de juntar.



Depois do banho que bastante bem nos soube, livrámos-nos das farpelas encharcadas, lavámos as montadas e fomos até à zona de convívio onde os BTT Tralhos haviam colocado uma mesa com muita diversidade e requinte para o pessoal retemperar as forças. Por apenas 5€, tivemos mais uma vez o prazer de participar numa etapa do GPS Epic Series, com muito trabalho e mestria na escolha dos percursos, demonstrando que quem sabe, sabe!  


Estes pastéis de nata... não depressa não me vou esquecer de vocês! Agora venha a próxima etapa.

Clicar para ver o percurso curto (66km) do Desafio "Isto é Sicó" realizado.


ÁLBUNS FOTOGRÁFICOS

Créditos à reportagem
Texto: João Valério
Fotos: John Perpétuo, João Valério, Sónia Faustino e BTT Tralhos (Organização)
Vídeo: Zona 55 (em elaboração)