Representação a cargo de:
David Gonçalves e João Valério
Levantei-me às 6 da manhã, tomei o pequeno-almoço e pus-me ao caminho para me encontrar com o David e esposa, na zona de Fátima. Juntos, em carros diferentes, lá seguimos até à Almagreira, onde o David já é cliente habitual e desde pelo menos há 2 anos a esta parte que me anda desafiar para lá ir. Sempre me disse que as inscrições são bastante baratas, o percurso é fluído e que tem uma Organização muito boa.
Pelo caminho e como a partida estava marcada somente para as 09H15, comi 2 pastéis de nata e bebi uns goles de sumo. Quando dei por mim já estávamos em Almagreira, uma pequena localidade do concelho de Pombal. Logo à entrada deparámos-nos com um desvio de trânsito onde estava pessoal do staff da Organização (Horizonte - Associação Juvenil de Almagreira).
De seguida fomos procurar sítio para estacionarmos os carros, o que até não foi tarefa difícil, pois encontrámos uns espacinhos perto do campo de futebol onde estavam sinalizados os balneários e zona de lavagem das bikes. Ainda tempo para largar lastro e depois percorrer algumas centenas de metros até à zona de partida, que serviu desde logo para aquecer as pernas.
Chegámos à manga de partida pelas 08H50 e já lá estava quase toda a gente! Ficámos a cerca de 4/5 do enorme pelotão, o que desde logo não nos dava grandes hipóteses de conseguirmos uma boa classificação. Estava eu a encaixar os pedais quando me aconteceu dar uma pedaladela em seco! "- Mau!?" - Então não é que um piqueletes do cepo da roda traseira não estava a descolar? Lá tive de interiorizar que iria ter problemas ao longo do caminho e lgo desabafei com o David que tinha traçado para hoje dar-lhe luta renhida, o que já não deveria acontecer.
À hora marcada lá foi dada a partida para toda aquela gente, com muito público a assistir. Eu e o David partimos lado-a-lado. Até começarmos a dar as primeiras pedaladas vimos muita gente arrancar lá à frente. Parecia uma onda... lenta. Passámos sobre a linha de partida já o cronómetro gigante marca 1 minuto e 26 segundos, e lá continuámos bem devagar metidos no meio do pelotão por mais alguns minutos.
Cuidadosamente lá começámos a ultrapassar pessoal, ora pela direita, ora pela esquerda, ao centro, seguindo um atrás do outro ou afastados. Fomos nisto uns bons 3km, após isso consegui apanhar melhores abertas que o David e lá o deixei para trás, preso entre o pelotão em zonas de difícil ultrapassagem. O cepo por enquanto não me estava a dar problemas, era preciso era não parar de pedalar.
O percurso estava muito bem marcado, com muitos elementos do staff e por isso as passagens nas interseções com rodovias era a voar. Hoje, como não levava o habitual equipamento de reportagem (GoPro e máquina fotográfica) só tinha de me preocupar em dar o máximo e gerir a corrida por forma a terminar num bom lugar e sem me aleijar, que é sempre o mais importante.
Um pouco antes do primeiro abastecimento fui finalmente apanhado pelo David Gonçalves, mas como já é meu hábito, não parei ao contrário dele, o que me permitiu voltar a ficar à sua frente, mas só por escassos quilómetros, pois ao km18,5 numa picada bem jeitosa mas que eu até conseguia subi-la, vi o David a ir embora enquanto eu fiquei a dar aos pedais em seco. Que boa altura para o cepo me tramar! Tive de fazer toda a subida, com mais de 100 metros, a pé, permitindo que dezenas de participantes me ultrapassassem sem que nada pudesse fazer a não ser desviar-me e esperar que no topo conseguisse engrenar num dos piqueletes, o que vim a conseguir.
A partir dali as pedaladas em seco começaram a tornar-se comuns, o que me obrigou a colocar mudanças a todo o momento e sempre sem abrandar o ritmo das pernas. Consegui imprimir um bom ritmo, pois o percurso era fluído e o pelotão já estava mais disperso, ultrapassando sempre que podia e fazendo as curvas no máximo.
Lá mais à frente, sem eu o saber, o David igualmente teve algumas quedas, numa delas feriu também o joelho direito, por coincidência. Este tipo de percurso e traçado, bastante rolante e técnico, era mesmo à minha medida e também um pouco para o David, se bem que ele é menos competente tecnicamente, apesar de estar a melhorar a olhos vistos.
Chegado à 2.ª zona de abastecimento, novamente bem colocada e apetrechada, estava localizada à saída de um single track e pinhal, onde o pessoal que foi foram largando as bicicletas de qualquer maneira sobre o percurso onde era suposto passar os restantes participantes, sem se preocuparem com mais ninguém. Novamente e como ainda levava comigo géis e o bidon meio, lá consegui passar pelo meio daquela confusão sem parar. Alguém ainda gritou: "- Então não páras!?". Qual quê, eu queria era chegar ao fim o mais rápido possível.
Os últimos kms foram, tal como fui ouvindo muitos comentarem ao longo do percurso, os mais difíceis de fazer. Muitos singles, bem bonitos por sinal, bastantes subidas e pouca oportunidade de rolar, o que só veio a acontecer nos últimos 6km, onde dei o meu máximo, estimulado por um amigo montado numa 29 e em cujo jersey li Tomar, que me conseguiu passar. Fomos picados uns bons 3km, ultrapassando diversos outros participantes, tendo-o deixado dar o litro comigo sempre em cima dele a pressioná-lo, até que deu o estoiro numa pequena subida e passei para a frente.
Até final foi sempre a abrir, nunca baixando dos 20km/h. Sem me aperceber estava de volta à Almagreira e foi com vontade e sem nunca deixar de pedalar para não ser tramado pelo cepo, que entrei no asfalto da reta da meta a pedalar de pé. O David, como eu previa, já lá estava à minha espera. Perguntei-lhe: "- Há quanto tempo chegou?", respondeu-me "- Uns 10 minutos". Fiquei parvo! Afinal e mesmo com problemas não me deu muito avanço. Qual não foi o meu espanto que ao consultar as classificações, afinal a diferença foi de apenas 00.07'57". David, põe-te a pau! Melhores dias virão.
Porque às 13H00, por motivos profissionais, tinha de estar em Torres Novas, não lavei a bike, não tomei banho e nem almocei. Foi só carregar a bicla, aceitar uma sandes de porco no espeto arranjada pela esposa do David e meter-me ao caminho. Segundo o David, a água dos banhos estava pior que aquela que usou para lavar a bicicleta... bem fria. Já o almoço foi outro momento alto, com comida e bebida à descrição, onde até café e bagaço estavam incluídos no valor da económica inscrição. Para o próximo ano desde já prometo que farei os possíveis para voltar a estar presente, mas espero que mais pessoal da equipa nos acompanhe.
Track aqui. |
001.º - 01:53:28 - Diogo Silva (Maxygim/Bikezone Leiria)
002.º - 01:53:44 - Diogo Almeida (Marrazes/Brejinho/Joficina)
003.º - 01:53:45 - André Duarte (Pombal Jovem/More Bike Park)
160.º - 02:34:02 - David Gonçalves (Zona 55 Bike Team) » 8.º Masters
204.º - 02:41: 59 - João Valério (Zona 55 Bike Team) » 43.º Vet. B
500.º - 04:38:12 - Último
Nota: +47 desistências
Créditos à reportagem
Texto: João Valério
Fotos: Fátima Gonçalves (Zona 55), Organização.
Sem comentários:
Enviar um comentário