domingo, 22 de março de 2015

Participação da equipa (Portalegre)

Representação a cargo de:
David Gonçalves, João Valério e Samuel Nabiça

- Esta foi a primeira travessia em que participámos em 2015, em equipa, com recurso a GPS. Tratou-se da estreia deste evento com organização a cargo da Agitar Portalegre, onde participaram cerca de 200 bttistas, vindos um pouco de todo o país. Da nossa equipa (trio), fizemos um total de 960km para estarmos presentes: Samuel Nabiça = 458km, David Gonçalves = 312km e João Valério = 190km. A participação/inscrição foi gratuita, bastava aparecer, com direito ao track a realizar, o resto era por conta dos convivas, cujo objetivo passava por juntar uns amigos para pedalar e dar a conhecer os bons trilhos existentes na zona.

- O principal ponto de concentração foi em Portalegre, onde se terá juntado a maior parte dos participantes, mas também houve grupos que iniciaram noutros bosses do percurso, como foi o caso de Alegrete, Marvão e Castelo de Vide, mas todos circulando no sentido contrário aos ponteiros do relógio pelo percurso, não havendo cruzamentos de pessoal.

- Vimos muitas caras conhecidas ao longo do percurso, onde realço a presença do Francisco Mestre (pai) e do Marco Mestre (filho), mas também de conhecidas equipas como os Trilhos Sem Fim. A partida foi pelas 08h30 na Praça da República, à qual não comparecemos porque estávamos todos na White Chapel (lol), mas como ninguém ia para ganhar nada conseguimos juntar-nos ao grosso do pelotão em poucos quilómetros.

- Após o exigente início de percurso com uma subida de quase 5km, praticamente toda ela em asfalto, para abandonar-mos Portalegre, finalmente demos entrada nos trilhos de terra com algumas zonas bem rápidas, de patamar mas também descidas loucas.

- Ao km21 atingimos o primeiro dos 4 castelos - Castelo de Alegrete. É uma pequena mas imponente construção militar, bem tratado e com uma vista muito bonita.


- A maioria dos grupos participantes aproveitou para entrar. Os que não o fizeram foi em parte porque nem se aperceberam do caminho que levava ao interior do Castelo. Aqui tivemos a percepção da quantidade de participantes no evento, pois terá sido, além da partida, o local onde naturalmente se juntaram mais equipas.


- "Foto de família" do nosso trio de participantes à entrada do Castelo de Alegrete. Conforme o significado da palavra equipa "...conjunto ou grupo de indivíduos aplicados na realização de uma mesma tarefa ou trabalho.", seguimos sempre juntos até final, valendo-nos um momento geral de forma física abaixo do normal, à excepção do Samuel Nabiça que tem feito mais treinos (casa/trabalho/casa), permitindo-nos seguir com um andamento descontraído... mas não demasiado!


- A maior dificuldade física do dia esperava-nos adiante, na transposição da Serra de São Mamede cuja altitude máxima é de 1.025mt., local esse assinalado com um marco geodésico e junto ao qual passámos. Uma passagem dura mas de beleza ímpar! É verdadeiramente arrebatador subir por entre a floresta de pinheiros até ao ponto mais alto e às torres eólicas ali existentes.




- Após a subida, veio obrigatoriamente a descida. O tempo estava bastante frio, mas sem vento. Nem a subida de 12km de extensão até ao alto de São Mamede foi suficiente para esquecermos o frio que se fazia sentir lá no alto. Caíram uns pingos de chuva, havia alguma névoa no ar, o que não permitia uma clara percepção da beleza do local onde nos encontrávamos, mas por outro lado minimizava a dificuldade do trajeto que previa 86km de extensão e mais de 2.300mt de acumulado positivo, conforme registaram os nossos GPS no final.



- Sensivelmente ao km43 passámos junto das margens da Barragem da Apartadura, para mim desconhecida até então... e é disto que eu gosto no btt: conhecer o nosso Portugal! Daqui já se consegue avistar o majestoso e imponente Castelo de Marvão, para além das águas e lá no topo da serra.


- Antes de iniciarmos a duríssima subida até ao Castelo de Marvão, mais uma lição de história a cargo do David Gonçalves. Passámos pela localmente famosa e antiga cidade romana à data designada por Ammaia, atualmente Amaia. Sem dúvidas merece-nos uma visita familiar... num outro dia.


A maioria das equipas, segundo constatámos, decidiram parar para almoçar ou para ingerir sólidos de qualidade nos diversos restaurantes e pastelarias por aqui existentes, pois começava aqui a parte que considerámos mais exigente fisicamente: a tomada do Castelo de Marvão.


- De Amaia à transposição das muralhas de Marvão contabilizámos 4km de pura dureza. Foi sempre, sempre a subir em calçada romana, em ziguezague, por entre sobreiros, até lá acima com uma inclinação de se lhe tirar o chapéu. À medida que ia subindo pensava no trabalho que teria dado construir tal via à época dos romanos e no esforço que homens e animais eram obrigados a empregar para conseguir chegar lá ao alto no dia-a-dia... tempos de dureza, sem dúvida, em que cada homem de então devia ter a força de 5 homens de agora, se equivalências fossem feitas com a atualidade.


- Na subida voltámos a juntar-nos com muitas outras equipas, devido à hora do dia (almoço) e dificuldade da zona. O David e o Samuel descolaram de mim enquanto parei para comer uma banana e trocar a bateria da GoPro. Quando voltei a arrancar, escassos minutos depois, seguiam pequenos grupos de participantes trepando a rija estrada romana. Foi preciso determinação e ritmo certo para chegar ao topo... largos minutos de sofrimento para concretizar um feito perfeito: o Castelo de Marvão.  


- O Sam (Samuel Nabiça) "partiu o motor" a meio da subida e lá esperou por mim para tirar umas fotos. Já o David, só o voltei a ver lá no topo! Esta é sem dúvidas um excelente local de treino para quem vive aqui perto. Fez-me lembrar a subida ao Castelo de Monsaraz, mas com tripla dificuldade  devido ao pavimento e inclinação.




- "Foto de família" entre amigos da equipa Trilhos Sem Fim. Da esquerda para a direita: Samuel Nabiça, Paula Pita, Leonel Cordeiro, João Valério e David Gonçalves. 


- Depois do almoço (que não tomámos), pois decidimos relaxar só no fim, seguiram-se alguns quilómetros de descida por adrenalínicos single tracks de rocha e pedra com uma valente inclinação onde só alguns se aventuraram a arriscar, sem possibilidade descansar pernas ou braços e exigente a nível de atenção, pois à mínima distração era queda certa.




- Não foi preciso andar muito mais para chegarmos ao terceiro castelo, precisamente em Castelo de Vide, cuja vila adoptou o nome da sua edificação. Uma passagem rápida quando finalmente o sol parecia ter decidido fazer companhia aos convivas deste bonito evento.


- Quando parecia que todas as dificuldades já haviam sido ultrapassadas, eis que à saída de Castelo de Vide se impunha uma derradeira subida, por sinal a última digna do nome até à chegada a Portalegre: mais uma subida em calçada romana sobre uma majestosa cordilheira montanhosa, a que seguiu uma descida por igual piso. Já deitávamos calçadas romanas pelos olhos... estes gajos da Organização sabem como agradar aos seus convidados!... eh eh.

- A apenas 800 metros do último castelo, o de Portalegre, já na cidade capital de distrito do Alto Alentejo, a minha corrente decidiu partir. O David e o Samuel ainda "picaram": "-... vais até final a pé. É perto!". Retorqui: "- Daqui ninguém sai até que isto esteja arranjado. É para acabar montado na bicicleta!". E assim foi. Perdemos uns 10 minutos mas fez-se. A partir dali foi um instante até ao Castelo. Demorámos cerca de 7h15m e ficámos com uma peitaça pelo um treino tão exigente. Depois disso lá nos desenrascámos com uma banhoca nas instalações do Comando Distrital da P.S.P., a que se seguiu um almoço às 17h00 no restaurante ali ao lado. Menu: frango assado com legumes acompanhado da boa pinga de região. Um dia memorável! Parabéns aos elementos da Organização pela iniciativa e esperamos estar presentes no próximo ano.

No final o GPS marcava um pouco acima dos 86km e um pouco mais de 2.300 metros de acumulado positivo, percurso que o nosso grupo realizou em sensivelmente 07h15m.

ÁLBUNS FOTOGRÁFICOS
Carlos Pinto
Bruno Barbas
Zona 55 Bike Team

Créditos à reportagem
Texto: João Valério
Fotos: Bruno Barbas, Carlos Pinto, José Gonçalves, Leonel Cordeiro, Samuel Nabiça.
Vídeo: Zona 55